quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cadê o Tal?

Mulher

Cadê o tal

Que escreveu e não leu ?

Fez dele um festival

Do batuque seu

Em pleno carnaval

Seu surdão ficou

Calado e sem moral

Pra quê ?

Pra marcar o amor

No deixa disso

Pau arara bate boca

Uma mosca cai na sopa

E ele fica a lamentar

Tomara

Que ele encontre nega louca

Pra rasgar a sua roupa

E no seu sonho mergulhar

Mulher cadê ?

Loucura

Tire força do fracasso

Meta a cara nesse espaço

Só assim vai dominar

Se encontre

No melado desse poço

Um gaiato feito moço

Que jamais vai se entregar

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Às 18:53h do dia 08 de fevereiro de 2011, após uma batalha incessante contra todas as adversidades que teimavam em ceifar-lhe a vida, nosso Fernando foi embora. A fúria da bactéria que se instalou em seu corpo foi mais forte que todos os recursos disponibilizados pela medicina. Durante o seu período de internação, foi relatado que o cérebro, nestes casos, cria uma barreira que dificulta a chegada até do mais potente antibiótico à região lesionada. Como aceitar isso? Como compreender que o próprio corpo resiste em não ser tratado, deixando-se levar pelo martírio que foram os cinqüenta dias passados na UTI do hospital? São perguntas que talvez a medicina, com seu raciocínio lógico e prático, consiga responder, mas que nós, familiares e amigos de uma pessoa tão querida, com nossa sensibilidade, teimamos em não compreender. Razão ou sensibilidade, qual a melhor escolha? O nosso querido Fernando, incentivado pela equipe médica, optou pela razão da medicina e submeteu-se à cirurgia com grande confiança de que tudo acabaria bem. Tivesse a sensibilidade prevalecido, a cirurgia não teria sido a melhor escolha, dada à localização e gravidade do tumor. Teríamos ainda o privilégio de sua companhia e ele também poderia, mesmo que por um curto período (ou longo, quem poderia saber com certeza?), desfrutar dessa maravilhosa bênção divina, que é a vida. Há casos em que a razão médica deveria dar lugar à compaixão e passar por cima de todas as vaidades. Restou-nos a saudade de uma pessoa sempre alegre, amiga, compositor e letrista de canções que para sempre ficarão em nossa memória. Uma pessoa que sentia a presença de Deus e de Sua grandiosidade em todas as coisas que nos cercam. Como ele próprio dizia: “Deus é tudo, Deus está em tudo!”.

Humberto Oliveira